Artigos do IBMS sobre a fome no Brasil https://institutobrasilsocial.org.br/tag/fome/ Fazendo o bem Thu, 26 Oct 2023 15:00:42 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://institutobrasilsocial.org.br/wp-content/uploads/2023/08/290908796_158599380045002_963164927952034761_n-2-100x100.jpg Artigos do IBMS sobre a fome no Brasil https://institutobrasilsocial.org.br/tag/fome/ 32 32 Fome no Brasil: mais de 21 milhões de pessoas não tem o que comer https://institutobrasilsocial.org.br/fome-no-brasil-relatorio-da-onu/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=fome-no-brasil-relatorio-da-onu https://institutobrasilsocial.org.br/fome-no-brasil-relatorio-da-onu/#respond Tue, 05 Sep 2023 15:44:03 +0000 https://institutobrasilsocial.org.br/?p=13426 Conforme relatório da ONU, mais de 70 milhões de pessoas sofrem com alguma insegurança alimentar. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. A cada ano, o agronegócio bate recordes impressionantes de produtividade. No entanto, mais de 21 milhões de pessoas passam fome no Brasil. É uma realidade bem contraditória, não é...

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Conforme relatório da ONU, mais de 70 milhões de pessoas sofrem com alguma insegurança alimentar.

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. A cada ano, o agronegócio bate recordes impressionantes de produtividade. No entanto, mais de 21 milhões de pessoas passam fome no Brasil.

É uma realidade bem contraditória, não é mesmo? Por um lado, um país exportador que alimenta o mundo e, por outro lado, uma grande parcela dos brasileiros não tem o que comer.

Durante a cúpula das Nações Unidas, em setembro de 2015, estabeleceram-se dezessete (17) objetivos globais para o desenvolvimento sustentável até 2030.

Um desses objetivos é a erradicação da fome. Já se passaram 8 anos e, conforme o relatório das Organizações das Nações Unidas (ONU) divulgado recentemente, 70 milhões de brasileiros sofrem com alguma insegurança alimentar.

Assim, este artigo visa explicar e apresentar os dados desse relatório. Além disso, também serão mostradas as ações do poder público para mudar essa realidade.

Relatório da ONU

A publicação do relatório, Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), realizou-se mediante a parceria de cinco (5) agências das Nações Unidas. São elas: Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA); Organização Mundial da Saúde (OMS); Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Programa Mundial de Alimentos (WFP).

O relatório foi divulgado pelas Nações Unidas (ONU) no mês de julho e aborda diversos dados sobre a fome e a insegurança alimentar no Brasil e no mundo.

Mas afinal, o que é a fome e a insegurança alimentar?

Fome e Insegurança Alimentar

Conforme o relatório do Segundo Inquérito Nacional sobre a Insegurança Alimentar no contexto da pandemia do Covid-19 no Brasil, divulgado em 2022, pela Rede Penssan, a fome é a total privação de alimentos necessários para a sobrevivência e qualidade de vida.

Já a Insegurança Alimentar, segundo esse Inquérito, acontece quando a pessoa não possui o acesso regular e permanente aos alimentos. A insegurança alimentar é dividida em três tipos:

  • Leve: incerteza quanto ao acesso de alimentos no curto prazo e/ou quando a alimentação está comprometida;
  • Moderada: quantidade insuficiente de alimentos.
  • Grave: privação de alimentos, ou seja, a fome aguda.

Leia Mais: Consequências da Fome: 33 milhões de pessoas não tem o que comer

Dados do relatório sobre a fome no Mundo

Criança com fome sem ter o que comer

Agora que entendemos o conceito e a diferença entre a fome e a insegurança alimentar, apresentaremos alguns dados sobre a fome mundial:

  • Estima-se que quase 600 milhões de pessoas sofram com a desnutrição até 2030;
  • No ano de 2022, 1,3 milhões de pessoas no mundo sofriam de insegurança alimentar moderada. Também, nesse mesmo ano, 900 milhões de pessoas sofriam com a insegurança alimentar grave;
  • As crianças sofrem graves consequências com a fome. De acordo com o relatório, 149,1 milhões de crianças no planeta sofriam com o atraso de crescimento. Além disso, 45 milhões estavam debilitadas e 37 milhões estavam acima do peso.
  • Ao todo, a fome atingiu 691 a 783 milhões de pessoas em todo o mundo. Um aumento de 122 milhões de pessoas, em comparação com o período antes da pandemia.

Conforme a Organizações das Nações Unidas, os países estão se recuperando da pandemia e dos seus efeitos, contudo, essa recuperação é desigual entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Dados da fome no Brasil

Nos anos de 2004 e 2013, o Brasil foi uma referência no combate à fome. Consequentemente, o país saiu do Mapa da Fome entre os anos de 2014 e 2015.

No entanto, com a falta de investimento e consistência de políticas públicas, os índices da fome voltaram a aumentar. A pandemia do Coronavírus agravou ainda mais as desigualdades entre os brasileiros, que sempre existiu.

Como resultado, o país voltou para o Mapa da Fome em 2022 e o número de pessoas sem ter o que comer aumentou, chegando a 33 milhões de pessoas entre os anos de 2021 e 2022.

Os dados são do 2º Inquérito sobre a Insegurança Alimentar no contexto da pandemia do Covid-19 no Brasil.

Nesse sentido, o relatório da ONU, divulgado nesse ano, reforça que a fome no Brasil agravou e precisamos reverter o cenário. Observe os dados apresentados pelo relatório:

Fome e insegurança alimentar no Brasil.

  • Cerca de 70, 3 milhões de brasileiros sofreram com algum tipo de insegurança alimentar – isto é, leve, moderada ou grave – entre os anos de 2020 e 2022. Um aumento de mais de 9 milhões em comparação aos dados do último relatório;
  • Mais de 21 milhões de pessoas não tem nada para comer;
  • Desde o último levantamento, em torno de 5,7 milhões de pessoas entraram para a insegurança alimentar grave.

Políticas Públicas no Brasil

Fome no Brasil: pessoas passando fome

O poder público, por meio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome (MDS), lançou na semana passada o programa Brasil Sem Fome.

De acordo com o Ministério, o programa se baseia em 3 eixos:

  • Redução da pobreza, acesso à renda e promoção da cidadania;
  • Alimentação saudável do campo à mesa e segurança nutricional e alimentar;
  • Combate à fome.

Além disso, os objetivos do programa, segundo o Ministério, é tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2030; reduzir a insegurança alimentar, nutricional; além de reduzir a extrema pobreza em 2,5%, buscando promover a inclusão social e econômica.

Conclusão

A pandemia de Covid-19 não apenas agravou a fome no Brasil, mas expôs para todos as diversas desigualdades existentes no país.

Contudo, precisamos agir na raiz do problema, com políticas públicas de distribuição de renda, acesso à educação, incentivo à agricultura familiar, entre outras políticas públicas em prol da inclusão social.

Aliás, o problema não é somente do poder público, mas também nosso. Ações como o combate ao desperdício de alimentos e o apoio a organizações sem fins lucrativos – que fazem um papel maravilhoso – podem ser um começo.

O objetivo global de erradicar a fome até 2030 está aí. Juntos podemos mudar essa realidade. Nunca é tarde para fazer a diferença na vida do próximo.

Redação: Adilson Junior

Revisão: Jéssica Duarte

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De tempos em tempos, organizações internacionais divulgam crises humanitárias envolvendo a fome. Os casos envolvem populações em estado crítico de fragilidade, à beira da morte, que não possuem alimento suficiente para consumo. Diante disso, certas instituições pedem apoio financeiro para promover ações, e combater as consequências da fome.

A fome no Brasil

Como problema, a fome está presente em indivíduos subnutridos, ou seja, pessoas que continuamente não têm acesso a calorias suficientes para suprir suas necessidades energéticas diárias.

A fome no Brasil tem causas históricas, econômicas e políticas, sendo sobretudo marcada pela grande desigualdade social presente no país. Por sua vez, a ausência de ações estatais de fomento da economia e de diminuição da inflação são exemplos de fatores que contribuíram de forma decisiva para o aumento da fome no Brasil. Atualmente, mais da metade da população brasileira possui algum grau de insegurança alimentar. Esse cenário resulta em graves consequências no desenvolvimento humano e econômico do país.

Consequências da fome

As informações divulgadas pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), por meio do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, indicam que a fome atinge, atualmente, cerca de 33 milhões de brasileiros. Esse dado corresponde a cerca de 15% da população do país. Além disso, há um número crescente de brasileiros – mais da metade da população do país, conforme a pesquisa – que apresenta algum grau de insegurança alimentar.

As principais consequências da fome são:

Todas essas carências sentidas pelo organismo afetam diretamente o corpo humano, integralmente contribuindo para diminuir o sistema imunológico, responsável pelo combate de várias doenças no organismo, deixando, assim, o indivíduo exposto a contrair diversas patologias virais e bacterianas.

Projeto Driblando a Fome: esperança e solidariedade para quem mais precisa!

Insegurança alimentar

A insegurança alimentar, em seus níveis leve, moderado e grave indica o grau de incerteza quanto ao acesso à alimentação pela população. Sendo assim, o relatório da Rede Penssan mostra que mais de 125 milhões de brasileiros enfrentam alguma situação de insegurança alimentar. Com efeito, esse número corresponde a mais da metade da população do país.

Em suma, as causas da fome podem estar relacionadas a alguns fatores, como:

Programas de combate à fome

Na década de 80, o Brasil vivia situações precárias de fome, em que quase 40% da população estava em situação extrema de pobreza.

No entanto, com o lançamento do programa Fome Zero, o índice de fome reduziu bastante, ao contrário da pobreza, que está relacionada a uma melhor distribuição de renda e reforma agrária, para ser reduzida.

Dessa forma, o programa Fome Zero foi criado em 2003 para reduzir e combater a fome no país, incluindo cozinhas comunitárias, bancos de alimentação e até transferências de dinheiro. Isso, então, reduziu a fome de mais de 44 milhões de famílias e também diminuiu em 73% a desnutrição infantil.

Portanto, este projeto foi fundamental para o Brasil ser líder entre os países em desenvolvimento de combate à fome, segundo dados elaborados pela ONG. Paralelamente, associado a este programa, existe também o Bolsa Família, que juntos reduzem ainda mais o problema de miséria e fome no país.

Sabia que você pode ajudar uma família. Conheça o projeto Driblando a Fome! Você pode fazer a diferença!

Redação: João Marcos

Revisão: Jéssica Duarte

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Os impactos da fome na sociedade brasileira https://institutobrasilsocial.org.br/os-impactos-da-fome-na-sociedade-brasileira/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=os-impactos-da-fome-na-sociedade-brasileira https://institutobrasilsocial.org.br/os-impactos-da-fome-na-sociedade-brasileira/#respond Mon, 05 Dec 2022 11:13:38 +0000 https://institutobrasilsocial.org.br/?p=12763 Fome aumenta no Brasil: Mais 33 milhões de brasileiros não tem o que comer Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) retirou o Brasil da lista do Mapa da Fome. Mas o que é isso? O mapa da fome uma ferramenta que indica quais países não possuem o acesso adequado aos alimentos  O Brasil...

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Fome aumenta no Brasil: Mais 33 milhões de brasileiros não tem o que comer

Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) retirou o Brasil da lista do Mapa da Fome. Mas o que é isso? O mapa da fome uma ferramenta que indica quais países não possuem o acesso adequado aos alimentos 

O Brasil foi referência internacional no combate à fome nos anos de 2003 à 2014. Entretanto após esse período, começamos a retroceder e voltamos novamente para o mapa da Fome.

Nesse sentido, um país entra no Mapa da Fome quando 2,5% da população enfrenta falta crônica de alimentos.

A ONU (Organização das Nações Unidas), elaborou na conferência realizada no Rio de Janeiro, a Rio +20, um plano  com 17 objetivos  globais de desenvolvimento sustentável, as ODS, para que todos os países possam crescer até 2030

Dessa forma, um desses objetivos é o Fome Zero, que propõe até 2030, erradicar as formas de má -nutrição (desnutrição e obesidade) E também, até 2025, os países alcançarem as metas de erradicar a desnutrição grave e crônica em crianças de até 5 anos de idade e garantir a segurança alimentar de mulheres( meninas, adolescentes, idosas, gestantes), como também as comunidades

De acordo com o II Inquérito sobre Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia do Covid -19 no Brasil (II VIGISAN), estudo realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PESSAN), são 33, 1  milhões de pessoas passando fome.. Voltamos ao patamar dos anos de 1990. E para piorar, o número de pessoas que sofrem de alguma insegurança alimentar chegou a mais de 125 milhões de pessoas.Os dados da fome no Brasil não são nada animadores!

Assim, diante da desigualdade social e a fome prevalescentes no nosso país, estamos muito distantes do objetivo de erradicar a fome.

O que é a insegurança alimentar?

Conforme a (Rede PESSAN), a segurança alimentar é quando as famílias têm acesso permanente   aos alimentos de qualidade e em quantidades suficientes, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

Enquanto a insegurança ocorre nas famílias que não possuem acesso regular aos alimentos em quantidade e qualidade, e as outras necessidades são comprometidas.

Tipos de Insegurança Alimentar: 

A  Insegurança Alimentar é classificada em três níveis:

Leve: Incerteza do acesso aos alimentos no futuro próximo ou quando a alimentação está comprometida

Moderada: O acesso aos alimentos é insuficiente

Grave: Fome e privação ao acesso aos alimentos

Mas como chegamos a tantas pessoas passando fome?

De acordo com os dados das pesquisas  PNAD (Pesquisa Nacional de Amostras em  Domicílio, POF ( Pesquisa de Orçamento Familiares) e VIGISAN, de 2003  à 2014, o Brasil reduziu a insegurança alimentar grave  de 9,5 % para 4,2% .Já em 2022, a insegurança alimentar  grave atingiu cerca de 15,2% dos brasileiros.

Nesse sentido, no mesmo ano, menos de 45% das pessoas avaliadas possuíam segurança alimentar.

A crise econômica de 2014, a pandemia do COVID -19, proporcionaram períodos, onde houveram grande número de pessoas desempregadas, que recorreram ao trabalho informal, para terem alguma forma de sustento. E junto com políticas públicas que não chegaram a quem mais precisa, houve um agravamento da fome no Brasil

Conforme o estudo divulgado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PESSAN),o  II Inquérito sobre Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia do Covid -19 no Brasil (II VIGISAN), trazem dados importantes sobre as causas e os  impactos sociais que a fome gera para as famílias brasileiras.

O estudo realizado em 12745 domicílios, distribuídos pelos 577 municípios brasileiros, mostra que as  famílias mais vulneráveis à fome possuem renda de até meio salário mínimo.

A informalidade

Em segundo lugar, de acordo com a pesquisa, no Brasil, a insegurança alimentar moderada e grave é presente em  44% das famílias, onde declarou -se que o chefe de família está desempregado ou trabalha informalmente.

A pandemia agravou ainda mais as desigualdades. Com as restrições das atividades econômicas por questões sanitárias, para diminuir a contaminação pelo COVID -19, muitas pessoas perderam seus empregos. O Brasil chegou a ter mais de 14% da população desempregada.

Então,com o avanço da vacinação e a flexibilização das medidas restritivas, a taxa de desemprego começou a cair. Só que, um dos motivos dessa queda foi o aumento dos trabalhadores informais. Sem direitos e com a renda instável, gera uma grande incerteza quanto ao acesso e consumo de alimentos em quantidade e qualidade.

Conforme a pesquisa Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 2º trimestre  de 2021, o país possuía 39,2 milhões de pessoas trabalhando na informalidade.

Desse total, 60,5% dos trabalhadores possuem baixa ou nenhuma qualificação e oferecem serviços instáveis conhecidos como bicos.

Ainda assim, segundo os dados divulgado pelo  II Inquérito sobre Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia do Covid -19 no Brasil (II VIGISAN), o aumento da fome para chefes de família que declararam que possuíam menos de 8 anos de estudos, correspondem a 21% . Mas para os chefes de família com mais de 8 anos de estudos, esse número cai para metade, 10,5%.

Esses dados mostram que a fome no nosso país não anda sozinha. Junto com ela está o desemprego, a baixa escolaridade e a pouca ou nenhuma  renda. Isso mostra que para as famílias em vulnerabilidade social se tornam cada vez mais difíceis, viver com condições dignas.

Direitos fundamentais e essenciais estão sendo violados há um bom tempo.

E as nossas crianças?

Em 2020, mais de 490 mil crianças de até 5 anos de idade estavam em situação de desnutrição crônica no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus)  e o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan)

De acordo com o estudo divulgado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PESSAN), nos domicílios que possuíam crianças menores de 10 anos a Insegurança Alimentar moderada e grave correspondia a quase 38% das famílias entrevistadas. 

 A desnutrição acontece pela falta de nutrientes fundamentais para o nosso corpo, como as vitaminas, minerais e proteínas . Conforme a Unicef, a ingestão de alimentos saudáveis nos primeiros anos de vida, são fundamentais para o desenvolvimento do cérebro e do corpo.

A falta de nutrientes nas crianças podem ocasionar:

  • Perda Muscular;
  • Cansaço;
  • Comprometimento de órgãos que podem levar a morte;
  • Deficiência imunológica
  • Desaceleração do crescimento
  • Alterações psíquicas e psicológicas

Desse modo, a desnutrição pode levar a dificuldades no aprendizado, como a leitura e a atenção. E com maiores dificuldades, pode levá-las a um desempenho ruim e até a evasão escolar.

Portanto, a fome tem impacto no desenvolvimento e crescimento da sociedade. As pessoas que sofrem de insegurança alimentar moderada e grave ficam incapacitadas de trabalhar, estudar e até de viver. Políticas Públicas são muito importantes para mudarmos essa realidade.

O Papel do programa Auxílio Brasil no combate à fome?

O Programa Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família, é um programa de transferência que inclui diversas políticas públicas de educação, saúde, assistência social, renda e emprego. É destinado para famílias de todo o país, que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza.

De acordo com o relatório do  II Inquérito sobre Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia do Covid -19 no Brasil (II VIGISAN), o Auxílio Brasil alcançou cerca de 40 a 60% das famílias, nas regiões Norte e Nordeste. E cerca de 30% a 40% para as demais regiões do país, nos domicílios entrevistados. 

Ainda que o programa beneficiou 21 milhões de famílias, o Auxílio Brasil, não alcançou parte das famílias que ganham até 1 ⁄ 2 salário mínimo, e apresentam altas taxas de Insegurança Alimentar grave.

Como acabar com a fome?

Plantar mais seria uma solução? 

Conforme o Estudo da Embrapa, O Agro no Brasil e no Mundo, edição 2022, o Brasil é o 4º maior produtor  mundial de grãos. Em 2021, foram produzidas cerca de 250 milhões de toneladas.

O nosso país é um grande exportador de alimentos, mas de acordo com o relatório da Rede PESSAN,, a Insegurança alimentar está presente em 60 % dos domicílios das áreas rurais. Desse total de domicílios, 18,6% das famílias estão passando fome.

As pessoas que trabalham para plantar, não se alimentam do próprio alimento que plantou!

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), propõe 4 ações para a distribuição e o acesso de alimentos para todos:

1) Não desperdiçar comida

Segundo (FAO), o Brasil é o 10º  país que mais desperdiça alimentos, de um total de 54 países. Esse ranking é da pesquisa PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e pela organização britânica de resíduos (WRAP)

Algumas atitudes para mudar esse cenário, podem ser praticadas no dia a dia, como consumir alimentos que comprou antes,  primeiro; verificar a validade e o estado dos alimentos comprados e comprar quantidade suficientes e não exageradas para não estragar.. 

As empresas de transportes e os produtores  possuem um papel fundamental, pois 14% dos alimentos são desperdiçados antes de chegarem aos mercados.

Leia Mais: Dia Nacional do Combate ao Desperdício de Alimentos

2) Produzir mais, com menos

O Brasil é um dos países que mais exportam alimentos. E a tecnologia é uma aliada muito importante para que a agricultura possa ser eficiente. Com acesso a mais informações e a mecanização da produção de alimentos, é fundamental para o combate ao desperdício.
Só que a tecnologia não está acessível para os pequenos e médios produtores. Por isso, a integração,  parcerias,  aliadas às políticas públicas podem proporcionar uma agricultura mais eficiente e sustentável, com alimentos mais acessíveis para todos.

3) Refeições nutritivas não precisa ser elaboradas

Na correria do dia a dia, preparar uma refeição muito elaborada, nem sempre é fácil, não é mesmo?

Uma refeição nutritiva pode ser preparada com poucos ingredientes  e na internet encontramos diversas pessoas compartilhando receitas simples e fáceis. Além de podermos aproveitar restos de alimentos, que não seriam aproveitadas, podemos elaborar refeições saborosas e nutritivas

Afinal, uma alimentação saudável, não precisa ser complicada!

4) Defender o Fome Zero

A fome acomete diversas pessoas tanto no Brasil, como no Mundo. Não podemos normalizar isso. Devemos nos conscientizar, compartilhar informação para que juntos, possamos mudar a realidade 

Contudo, fazer a nossa parte é importante, como também as políticas públicas abrangentes não só para erradicar a fome, mas também para a qualificação e geração de emprego e renda. Como vimos, a fome não anda sozinha.

O combate à fome deve ser prioridade, para que juntos possamos erradicar a fome até 2030 e cumprir os objetivos para que possamos proporcionar um planeta mais sustentável e justo para todos.

Escrito por: Adilson Junior.

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